"Você desenha?"
"Sim! Quer ver?"
"Quer mostrar?"
O sorriso, aquele fundamental na conquista, apareceu pela primeira vez. Ele, tímido, aproveitou a oportunidade para desfrutar do único momento até então em que sua timidez não era empecilho para conversar com uma menina bonita. Enquanto ela perdia-se entre traços de giz de cera e lápis de cor que lindo!, ele perdia seus olhos nos vai-e-vém dos cachinhos pendurados no alto de sua cabeça. Finalmente encontrara um alguém de saias, atrevida, que por hábito tomava o controle dos assuntos do coração.
Eu desenhava, quando era criança... mas todos os professores falavam que era bobagem, então eu parei. Mas aí eu voltei. E ele também. Tipo assim, é uma liberdade. Eu vou trabalhar com isso. Tipo, cara, eu também... !!!! Embora ela preferisse traços urbanos, próximos ao grafite, ele preferia a delicadeza da subjetividade ao observar situações cotidianas. Fugia das caricaturas, mas se fizesse um desenho dela, seus olhos verdes seriam tão grandes que nem caberiam no papel.
E então nem perceberam que o mp3 parou de tocar. Nem viram o ponto que passou, onde teriam que descer. Riram, trocaram endereços de msn e prometeram se adicionar no orkut. Mal saberiam que, em um mês, mudariam ali mesmo na página virtual seus status em "relacionamento".
_____________________________________
Parte verdade, parte fruto de minha imaginação jornalística.
Mas quem se importa?
Vale o que acontece no meu mundo.
Parte verdade, parte fruto de minha imaginação jornalística.
Mas quem se importa?
Vale o que acontece no meu mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário