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sábado, 11 de julho de 2009

Túnel do tempo


Túnel do tempo?
Eu o vi, eu o vi!, quando a retroescavadeira se afastou!
“Ah, dona Diana, sinto muito, mas a retroescavadeira vai ter que voltar...”
Apaga-se a luz.
Só fico então com as linhas enroladas, escuras, enrolando-se no túnel.
“Só mais um pouco e a retroescavadeira sai, dona Diana, só mais um pouco.”
E sai.
E então, impulsionada por força que não sei explicar,
sinto o nanquim pegar em minha mão, e, juntos, em gestuais concêntricos,
vamos girando pelo túnel, girando, girando, até atingirmos a luz no fim do túnel...


Descobri as aquarelas e os textos de Diana Dorothéa Danon por acaso, procurando os horários do transporte público em São Paulo no site do metrô. Ela expressa o andamento das obras de expansão do sistema de transporte por meio de retratos sensíveis, capazes de congelar a efemeridade das cenas das obras urbanas. Um tesouro de sensibilidade.

Não é segredo que sou fã do metrô de São Paulo e quero muito o fim dessas obras. Quero novas linhas, novos projetos. Acho que a solução para o trânsito dessa cidade é furar mesmo todo seu subsolo e construir linhas intermináveis, para todos os cantos e direções. Simultaneamente, claro, a uma conscientização das pessoas que é necessário deixar o carro em casa - principalmente aos dias úteis.

Eu, que espero ansiosamente o fim do ano para comprar meu carro, sobrevivi a um feriado e a uma sexta-feira passeando de metrô e ônibus, fui até a Osasco. Sei que é preciso andar de transporte público para o trânsito fluir. E que, se as pessoas não pensarem assim, quando eu comprar finalmente o meu possante, não haverá espaço para ele nas ruas. O paulistano deve entender que o automóvel nem sempre é a melhor opção - e me preocupo se eu vou continuar pensando assim quando estiver ao volante.

Conheça o trabalho de Diana aqui.

Um comentário:

Rob disse...

Oye, todovia espero por mensajes holandesos o inglesos...entiendo nada de su lingua!! Que te vaya bien muchaha :) besito!