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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tom no túnel


Melodia que embala, ritmo que revela, sons que desafiam, conversas que afinam o tom. Não é uma sala, ou um conservatório: é uma estação de metrô.

Santana, Luz, Barra Funda, Sé. Fabricados pela Fritz Dobbert e doados pela Cinemagia, os pianos verticais  pausam o passo compassado da pressa paulistana. Pessoas que param para escutar e se deixar levar depois de chegar ou antes de ir. Qualquer um.

Aqueles que se acanham em se aproximar fingem que esperam alguém ao lado das catracas. Mas os olhos distantes não buscam alguém no vai-e-vém - estão parados, à deriva, abertos porém cegos para aguçar os ouvidos e se deixar invadir pelo som.

Não há previsão para retirada dos pianos das estações. Ainda bem.
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Acho lindo e sempre paro pra ver mesmo...
E o que eu acho mais lindo são imagens sem personagens.
É pra ser qualquer um. O piano é das pessoas.

5 comentários:

Eduardo disse...

Parece bem intreressante. Ainda não vi o espetáculo nas estações.
Faz tempo que não pego metro, rsrsrsr.

Bjs,

Duh

stripolias disse...

sempre tem alguém tocando quando eu passo!
e ande mais de metrô... sou super a favor desse meio de transporte.

Ana Carolina Almeida disse...

O de Santana NUNCA está desocupado... Eu sempre tenho vontade de tocar quando vejo. Realmente é lindo. Gostei do texto!

Fabiola Mininel disse...

Muito bonito o texto, Gabi! E bem bacana a iniciativa também. É um pequeno momento de lazer em meio ao corre-corre em que nós vivemos.

Lydia disse...

É uma das formas mais criativas e poéticas de uso do espaço público, de interação com a cidade, com lugares que a gente passa e nem se dá conta. Que fiquem sempre e em mais e mais estações!