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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Yes, I can!

A gente sempre lê no jornal que o Consulado dos Estados Unidos no Brasil não está dando conta de tantos agendamentos para visto. No site do órgão, a próxima data disponível para isso pode demorar mais de cem dias – ou seja, se você quer viajar no final do ano, esqueça. E sempre tem gente perguntando como é, como faz, com milhões de dúvidas a respeito do visto dos Estados Unidos para brasileiros.

Pois bem, chegou minha vez. Além da vontade de conhecer Nova York e o Grand Canyon – por mais discrepante que isso possa parecer –, preciso da autorização devido a feiras e congressos no país do Tio Sam que eventualmente terei que visitar. E lá vou eu fazer o roteiro de todo mundo que vai tirar o visto pela primeira vez: ler tudo no site, tirar todas as dúvidas, dar entrada nos documentos... E claro que não vou deixar isso de fora do blog – tirando o visto dos EUA em São Paulo.

Se tem uma coisa que os norte-americanos aprenderam bem conosco, brazucas, foi a burocracia. Primeiro porque você começa pagando uma taxa de agendamento (oi?!) de R$ 38. Sem ela, você não pode nem pedir informações ao consulado, tirar suas dúvidas. Depois disso, começa a romaria – escolha uma data, preencha um formulário (D-160, na maioria das vezes) com inúmeras questões – até as absurdas “você irá praticar ou já prativou algum ato terrorista ou tráfico de drogas?” - , faça o upload da sua foto 5x5, paga a taxa do visto, que geralmente é uns R$ 280, pois depende do tipo que você está solicitando... mas o objetivo principal aqui é falar DO DIA DO VISTO. Não é “a entrevista” ou “tirando o visto”, é O DIA do visto. Chegou a data marcada? Se prepare, meu bem, você vai passar o dia todo lá na Rua Henri Dunant.

Minha entrevista estava marcada pras 13h30 e eu cheguei meio-dia (muita atenção nesta informação, vai ser muito impotante ao final do post). Tive que deixar todos meus pertences num guarda volume – até a chave do meu carro e a caneta, pois não é permitido entrar com nenhum eletrônico ou objeto pontiagudo. E então começa a sucessão de filas, piores que aquelas que a gente enfrenta no banco no dia 5 porque deixou pra pagar a conta no dia do vencimento (ou no dia do pagamento).

A primeira começa do lado de fora mesmo. Nem adianta reclamar se tiver sol – é melhor do que esperar na chuva, não tem cobertura. Essa fila é pra entrar, porque não cabe todo mundo lá dentro. É inacreditável. Lá dentro, você pega uma senha e faz uma pré-entrevista – entrega seus documentos pros caras começarem o processo. E espera de novo – num galpão aberto, parte coberto... no qual eles enfiam mais de mil pessoas, segundo um dos agentes me falou. Ele também explicou que a chamada não segue ordem de chegada – não tem ordem alguma, na verdade. Eles vão chamando conforme pegam os documentos. Primeiro você tira suas impressões digitais (sem sujar o dedo, hehe, é digital da digital –dãr) e, depois de esperar mais uma vez, vem a tão esperada “entrevista com o agente oficial”.


Eu sempre achei que haveria uma salinha, na qual o oficial me chamaria com uma pasta, veria meus documentos e faria a entrevista. Que nada. Em todas as etapas, é uma “janela” pela qual você conversa com as pessoas, de onde o buraco pelo qual você passa os documentos exala um ar condicionado fresquinho enquanto você está ali, cozinhando no calor. Mas ok, a entrevista, você vai explicar pro agente que você não vai fazer nada ilegal, só quer viajar e aproveitar que sua moeda está valorizada na gringa.

Minha entrevista durou menos de 2 minutos. Não precisei apresentar um documento sequer. Foi muito rápido, foi aprovado, e fui encaminhada para a fila do correio, pois eles enviam seu documento pelo Sedex, mas expliquei que iria retirar pessoalmente o passaporte, então ela me deu um papel escrito "pick-up". Agora, lembra que disse lá no começo do post que a informação era muito importante? Pois bem, retomando: cheguei meio-dia. E terminei minha entrevista às 16h20. Foram 4 horas e 20 minutos esperando no meio da boiada galera. Prestem atenção, poderia ser pior - porque ainda tem a fila do correio, a última, a qual eu não enfrentei porque eu retirei meu passaporte pessoalmente.

Ok, não vou dar uma de #revolts e #mimimi de classe média sofre reclamando disso tudo. O preço que se paga por viajar, contudo, vai muito além dos cerca de R$ 300... É um dia inteiro de espera e de caos. O lugar é ruidoso, você sai de lá com dor de cabeça. É uma multidão coberta e cercada em um espaço que não tem espaço pra todo mundo. É bem diferente do que tudo que você, pessoa como eu até sexta passada não tinha nunca tirado seu visto, pode imaginar.

claro que deve ter uma lógica organizada deles, não é uma desordem total. só que, pra quem estava lá, como eu, a impressão era mesmo da bagunça generalizada porque é muita gente, impossível dar conta de tudo. é isso que dá pra ver ali, do parecer de quem tenta tirar o visto em São Paulo. Me disseram que em outras cidades não é tão muvucado assim.

Não vi ninguém ter seu visto negado – porque sim, as entrevistas são praticamente em público e você vê o pessoal seguindo pra fila do correio. Quando negam seu visto, eles te entregam uma carta na hora. E, enfim... Deu certo :)






Não vejo a hora de viajar! =)

ATUALIZAÇÃO (20/4/2012):
A partir do dia 30 de abril desse ano, o consulado deixará de recolher a taxa de agendamento (vai embutir na taxa do visto) e abrirá dois postos novos para o recolhimento de digitais e a pré entrevista. Isso deve melhorar a burocracia.


Veremos....
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Ok, não é uma sucessão de filas, porque nas duas esperas maiores,
você fica jogada no meio da multidão sem fila mesmo.
Mas é uma espera longa... looonga.
Não tem cadeira pra todo mundo sentar.
Mulheres grávidas e idosos passam mal.
Dá dó mesmo das crianças que estão ali com os pais.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ficou linda na foto! Alias, sempre te achei lindinha e nunca tive coragem de te dizer isso pessoalmente... rs... Enfim, quem sabe um dia.

Sobre o visto eu admito que não tenho vontade de ir para os EUA, mas nunca sabemos o dia de amanhã.

Beijos!

Thiago Criscuolo disse...

e o mais legal é o comentário "o visto não garante sua entrada nos Eua!" Chegando lá, tem uma nova "mini entrevista"

Clarissa Viana disse...

Reclamou da fila pra entrevista, bem?!?!
Vai se preparando pra fila na alfândega, onde além de esperar HORAS (Sim, horas... principalmente nos aeroportos das cidades mais movimentadas, como NY, Miami e Atlanta, que é o maior do país), voce ainda tem que tirar a roupa (quase tudo, incluindo a meia, casacos e cintos), passar por um scanner estranho e ainda corre o risco de tomar umas apalpaldas...

Perto disso, o dia de tirar o visto é FICHINHA, trust me!!!!

Mas boa sorte lá!

stripolias disse...

Oooh, obrigada, anônimo! Todo mundo fala mal de fotos de visto, passaporte, 3x4, etc... mas eu não desgostei totalmente da minha.

Thithi, sim, pensei em discorrer sobre isso e sobre o que a Clari falou (que vivi um pouco nos países por onde passei na Europa). Mas sairia do propósito do blog, que é falar sobre coisas de São Paulo.

Aliás, o problema não são as filas. São as condições... acho que deixei bem claro isso... haja paciência pra tirar esse visto.

Anônimo disse...

:)

Tio Sam disse...

my God! como é bom saber que tem tanto trouxa que se humilha pra vir aqui!

Daiane Brito disse...

Aeeee... Obrigada por compartilhar rsrsrs Eu e meu irmão estamos prontos para passar por isso. Pretendemos ir para Miami nas férias. Vou mandar o link pra ele. Bjão