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domingo, 21 de junho de 2009

A ignorância e a greve da USP

Trabalho na Av. Paulista. Na última quinta-feira (18), atravessei a passeata de estudantes das universidades públicas em prol do fim da PM no campus, readmissão do funcionário, voto para reitor, etc.

Não venho aqui discutir os motivos do movimento estudantil - que não me desperta desconfiança há anos, desde quando estudava na Unesp, em Bauru. Mas sim a ignorância das pessoas, ao ver a passeata que reuniu cerca de 3,5 mil pessoas (segundo a PM, que eu considero fonte oficial).

Enquanto eles gritavam "abaixo a repressão" (inédito), vi muita gente na calçada gritanto "ronaaaaldo". Muita gente, ali, não sabia o que estava acontecendo. Pulavam, faziam comentários desnecessários e amassavam o papel que os manifestantes distribuíam, sem ao menos ler o título. Falavam "credo, olha aquele ali, que sujo, não dá pra confiar no que uma pessoa com esse cabelo diz".

É isso que me entristece. Não interessa se você é contra ou a favor da greve, mas você já parou pra pensar quantos desses milhões de paulistanos realmente sabem o que está acontecendo?

3 comentários:

Alberto disse...

Uma das questões históricas do ME é mostrar para a população que essa luta também é do interesse dela. Porém, é bem difícil fazer essa comunicação. Há os que tentam, os que não tentam e muitos que não se interessam.

stripolias disse...

É justamente isso que eu questiono, Suzano. Tentar sempre de uma maneira que não funciona é dar murro em pedra.

Luiz Augusto Rocha disse...

Gabi, eu fui do ME durante todos os meu anos de faculdade. Ao meu ver, um dos problemas principais é que, dentro do Movimento, a comunicação e suas estratégias são deixadas de lado, em favor de um discurso velho. Concordo com quase tudo o que falávamos, mas, o modo como agíamos é que, na maioria das vezes, estava (e está) errado.

Abraços, Goiaba.

ps. Gostei muito do seu blog.