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sábado, 28 de março de 2009

Entre, leia e fique à vontade

Incrível é visitar uma livraria. Não aquelas tradicionais, nas quais se escolhe o livro, leva ao caixa, põe na sacolinha e vai pra casa. Ou que o vendedor cola em você e dá palpites, impede que você folheie o livro - alguns deles ficam até com aquele plástico fechado. Falo das livrarias graciosas em São Paulo, as quais abrigam ambientes com poltronas, puffs e almofadas para que os clientes leiam lá mesmo. Em especial, duas delas são minhas preferidas - a Fnac, na Paulista; e a Livraria Cultura, no Conjunto Nacional.


Livraria Cultura

Uma das entradas. A livraria é separada por sessões, e só contemplar o espaço já é um belo passeio.


Eu sempre questionei o porquê de elas existirem. Qual o sentido de permitir ao leitor desfrutar ali mesmo da literatura, retirando a necessidade de comprar o livro?

Descobri hoje. Combinei de encontrar uns amigos e acabei chegando mais cedo do que o esperado - viva a rapidez e a eficiência do metrô de São Paulo. Resolvi passar na Livraria Cultura... espaço lindo, gigante e bem frequentado por gente de todos os tipos e idades. Dá pra ficar horas só observando as roupas que as pessoas usam, dos senhores engravatados aos adolescentes modernos com franja no rosto.

Fiquei curiosa observando Dan Stulbach conversando com alguns clientes (ele havia acabado de dar uma palestra lá e sim, é muito parecido com o Tom Hanks), depois a Marimoon conversando com umas pessoas. Depois de um tempo, vi o Jairo Bouer. Fugi do tumulto causado por pessoas famosas, estava começando a incomodar. Peguei um livro de poesia e sentei num puff rosa.

A vantagem de um espaço de leitura é conhecer autores. Eu não compraria o livro que eu peguei para ler - Memorial de la Isla Negra, de Pablo Neruda. Não pela qualidade da obra, mas porque não tenho o hábito de ler poesia, prefiro ler prosa. Entretanto, gostaria muito de ler poesias do Neruda, originais, em espanhol. E não consigo confiar nos textos que encontro na web atribuídos a escritores famosos... alguns textos circulam na web assinados por Drummond, Veríssimo, Neruda (e outros) cuja autoria é questionável. Foi uma boa introdução, deu pra ler umas páginas e se tivesse mais tempo com certeza leria o livro inteiro.

O espaço agradável também é referência para voltar quando se pensar em comprar alguma coisa. Referência pra encontrar amigos, ir a eventos. É agradável, em outras palavras. E é cultura, de graça, acessível. Um dia movimentado de coisas da capital.
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Ah, vale a pena a visita por causa da beleza da arquitetura do local.
Sempre há exposições - atualmente está em cartaz uma série de paineis
sobre a história da Fundação Padre Anchieta e TV Cultura.

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